quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Teste do Olhinho

Desde novembro de 2005, os bebês nascidos em Campo Grande têm garantida a realização do teste do reflexo vermelho, mais conhecido como teste do olhinho. A lei 4.337, de minha autoria, determina que todos os ambulatórios, por convênios e particulares, instalados na Capital, realizem o exame em recém-nascidos ou em bebês com três meses de vida.

Através do teste do reflexo vermelho, é possível se fazer uma triagem nas crianças e com isso constatar alterações oculares mais comuns, encaminhando-as para avaliação especializada e diagnóstico precoce das patologias. O teste também funciona como forma de prevenção ao câncer ocular infantil.

Muitos não sabem, mas várias doenças oculares podem acometer os recém-nascidos, como: catarata congênita, retinopatia da prematuridade, retinoblastoma (tumor intra-ocular), glaucoma, infecções transmitidas pela mãe (toxoplasmose, rubéola, herpes, sífilis), traumas de parto e até mesmo cegueira.

No Brasil, são registrados por ano 30 mil casos de catarata. De cada 100 crianças nascidas no país, uma tem catarata, que se for tratada a tempo, pode evitar a cegueira.

Já o retinoblastoma é uma das anomalias mais comuns que acomete a visão, sendo responsável por até 39% de todas as causas de cegueira entre crianças, afinal, cerca de 30% dos bebês que nascem com menos de 40 semanas ainda não têm os vasos sanguíneos da retina formados.

A retina é onde se compõe a visão. Quando a retina não está formada, ela dá origem à retinopatia da prematuridade, principal causa da cegueira infantil.

O “teste do olhinho” consiste na emissão de luz sobre a pupila, por meio de um oftalmoscópio. A luz produz uma cor avermelhada e contínua nos olhos saudáveis, descartando a presença de doenças oculares. Na ausência de reflexo ou em casos de assimetria, a criança é encaminhada para o oftalmologista para exames mais completos.

Para a médica oftalmologista Aisa Haidar Lani, especialista em Tumor Ocular, Uveíte e Ultra-som Ocular, o retinoblastoma é o tumor ocular mais frequente na infância. Na maioria dos casos, ocorre nos primeiros anos de vida da criança, podendo afetar um ou os dois olhos.

Sua incidência é de aproximadamente um caso em cada 20 mil crianças nascidas vivas. Dentre todos os tumores malignos, é o que apresenta maiores taxas de cura. Quando não tratado, é quase invariavelmente fatal. O sinal de apresentação mais comum é o do reflexo branco na pupila (leucocoria).

O reflexo pupilar branco nem sempre indica a presença de um retinoblastoma, mas é sinal de que algo está anormal dentro do olho. Outro sinal importante no diagnóstico do tumor é o estrabismo. Nesses casos a criança, deve ser avaliada por um médico especialista em oftalmologia.

Há 20 anos o diagnóstico de um tumor intra-ocular era, praticamente, sinônimo de enucleação (retirada do globo ocular). Além desse procedimento, o único tratamento clínico era a radioterapia externa, que quando utilizada determinava o enoftalmo (diminuição do tamanho do olho) e acentuadas deformidades faciais, principalmente em crianças.

A Sociedade Brasileira de Oftalmologia Pediátrica defende a realização deste exame nos primeiros dias de vida do bebê. A entidade aconselha os pais a exigir o exame, antes mesmo que os bebês deixem a maternidade.

O diagnóstico precoce é a melhor ferramenta para o combate às doenças.

Um abraço a todos.

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