quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Risco da gravidez precoce

A gravidez na adolescência é um assunto que preocupa muitos pais e é a realidade para muitos jovens. Segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), desde 1980 o número de adolescentes grávidas entre 15 e 19 anos aumentou 15%.

Só para que você tenha uma ideia do que isso significa: são cerca de 700 mil meninas tornando-se mães a cada ano no Brasil. Desse total, 1,3% são partos realizados em garotas de 10 a 14 anos.

Estima-se que no Brasil, uma entre cada quatro mulheres que são mães, tem menos de 20 anos de idade. Essas jovens raramente estão preparadas fisicamente e muito menos psicologicamente para exercer a função materna.

Hoje em dia não é raro vermos adolescentes com 13 ou 14 anos a espera do seu primeiro filho. Além de essas jovens serem mães muito cedo, elas perdem parte da infância e precisam amadurecer muito rápido.

O período da fantasia e do faz de conta, das brincadeiras com bonecas, desaparece na hora do parto e dá lugar ao medo, angústia, solidão e rejeição.

Para sanar algumas dúvidas sobre riscos para a saúde da adolescente que enfrenta uma gravidez precoce, já que o corpo da menina não está pronto para receber a criança, conversei com a médica ginecologista obstetra Ana Helena Sampaio Mattos, que com mais de 15 anos de experiência acredita que os pais precisam quebrar os tabus e se abrirem às dúvidas dos filhos.

Ana ressalta que os pais precisam entender que a sexualidade entre os jovens começa cada vez mais cedo, que as crianças estão expostas aos apelos de sensualidade da mídia, que a gravidez pode ocorrer assim que houver a primeira menstruação e entender que é necessário que seus filhos e filhas usem métodos contraceptivos.

Para Ana Helena, um dos fatores preocupantes é o fato de o corpo da adolescente ainda estar em desenvolvimento e de o sistema reprodutor não estar preparado para a gravidez. Dessa forma ela vai interferir no seu desenvolvimento físico e psíquico, inclusive, no seu relacionamento social com a mudança da expectativa de vida.

Uma jovem de 14 anos, por exemplo, não está preparada para cuidar de um bebê. E, outro problema surge: o de moças e rapazes, por serem muito jovens, abandonarem a relação sem se importar com as consequências, assim que surge a gravidez.

“A adolescência costuma ser considerada um período de grandes descobertas e, consequentemente, uma fase conturbada. Apesar de se falar em todos os métodos anticoncepcionais, o número de mães jovens e solteiras vem crescendo assustadoramente”, disse a médica, reforçando a importância do preservativo para que também sejam evitadas DSTs (Doenças Sexualmente Transmissíveis).

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