quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Palestra sobre Bullying

Convidada pelo vereador Cido Medeiros (DEM) a palestrar na Câmara de Dourados, na audiência pública que teve como tema “Bullying e Juventude – Como lidar com este desrespeito na escola”, dissertei sobre o problema encontrado em toda e qualquer escola.

Na audiência ocorrida na semana passada expliquei que o bullying é um termo em inglês utilizado para descrever atos de violência física ou psicológica, intencionais e repetidos, praticados por um indivíduo ou grupo de indivíduos com o objetivo de intimidar ou agredir outra pessoa ou grupo de pessoas incapazes de se defender.

O bullying direto é a forma mais comum entre os agressores masculinos. A agressão social ou bullying indireto é mais frequente em garotos e crianças pequenas, e é caracterizada por forçar a vítima ao isolamento social.

Citei pesquisa do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) realizada em 2009, que revelou que quase um terço (30,8%) dos estudantes brasileiros informaram já ter sofrido bullying, sendo a maioria das vítimas do sexo masculino. A maior proporção de ocorrências foi registrada em escolas privadas (35,9%), ao passo que nas públicas os casos atingiram 29,5% dos estudantes.

Já uma pesquisa realizada neste ano com 5.168 alunos de 25 escolas públicas e particulares revelou que as humilhações típicas do bullying são comuns em alunos da 5ª e 6ª séries. Entre todos os entrevistados, pelo menos 17% estão envolvidos com o problema - seja intimidando alguém, sendo intimidados ou os dois.

A forma mais comum é a cibernética, a partir do envio de e-mails ofensivos e difamação em sites de relacionamento como o Orkut, de acordo com a vereadora. Segundo o IBGE, Campo Grande é atualmente a oitava capital brasileira que mais registra casos de bullying.

Aproveitei a ocasião para lembrar projetos e leis que combatem o bullying, como o que institui programa para evitar a prática nas escolas, de autoria do deputado federal Vieira da Cunha (PDT-RS), e que tramita no Congresso. Outro projeto em análise na Câmara dos Deputados inclui o bullying na relação de crimes contra a honra, prevista no Código Penal. A proposta é do deputado Fábio Faria (PMN-RN).

Em Mato Grosso do Sul, o governo promulgou a lei 3.887, de 6 de maio de 2010, de autoria do deputado estadual Maurício Picarelli (PMDB), que inclui medidas de conscientização, prevenção e combate ao bullying escolar no projeto pedagógico elaborado pelas instituições de ensino.

De acordo com a secretária-adjunta de Estado de Educação, Cheila Vendrami, as escolas de Mato Grosso do Sul estão cumprindo as determinações da lei estadual que trata sobre o bullying. Elas são orientadas a realizar atividades e cada uma age segundo a sua realidade.

O bullying traz consequências cruéis como: baixa auto-estima, dificuldades de aprendizagem, queda no rendimento escolar, doenças psicossomáticas, sentimentos negativos e desejo de vingança, desenvolvimento de comportamentos agressivos ou depressivos, ansiedade, stress e pensamentos de suicídio.

Para que isso não aconteça, é preciso que os pais fiquem atentos à educação de seus filhos e que procurem conversar com eles, para que eles se sintam à vontade em contar, por exemplo, que estão enfrentando esse tipo de ‘violência’ na escola ou até mesmo sugerir propostas às escolas para banir prática e até mesmo participar assiduamente do conselho de pais e mestres, elaborando estratégias para difundir a ideia das consequências que o bullying pode acarretar na vida de uma pessoa.

O vice-presidente da Câmara de Indaiatuba (SP), vereador Hélio Ribeiro (PSB), também palestrou na audiência e falou sobre uma lei de sua autoria, que dispõe sobre a inclusão de medidas de conscientização, prevenção e combate ao bullying escolar no projeto pedagógico elaborado pelas escolas públicas e privadas de educação básica na cidade.

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